O Brasil já embarcou, no
acumulado de janeiro a junho, 63,8 milhões de toneladas de soja e supera
largamente o total do mesmo período do ano passado, de pouco mais de 44 milhões
de toneladas, um aumento de 43,69% na comparação anual. Somente no último mês,
foram embarcadas 13,75 milhões de toneladas da oleaginosa, 60,8% a mais do que
no mesmo mês de 2019. Os números partem da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
O número
de junho supera, inclusive, o que havia registrado nos lineups de 12,119
milhões de toneladas, como explica o analista de mercado Luiz Fernando
Gutierrez, da Safras & Mercado. "Isso mostra que a China continuou
comprando muita soja brasileira no mês passado e que a demanda chinesa continua
estacionada aqui e que vai levar tudo o que puder", diz.
Para
julho, o lineup já mostra que estão programados embarques de cerca de 7 milhões
de toneladas, também acima do mesmo período do ano passado, quando eram cerca
de 5,5 milhões, ainda como explica Gutierrez.
Os
números, segundo o analista, são reflexo da boa competitividade da soja
brasileira, das condições favoráveis do câmbio e da China ainda ausente do
mercado norte-americano, dadas as relações ainda muito desalinhadas entre os
EUA e a nação asiática.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze,
compartilha da análise e ainda afirma que os números, que vieram acima das
expectativas, "deixam o mercado ainda mais apertado para este segundo
semestre".
Brandalizze
complementa dizendo que entre farelo e óleo, 61% da produção já foi embarcada,
contra 46% do ano passado, nesse mesmo intervalo. Em receita, o total
arrecadado pelo Brasil com o complexo soja foi de R$ 28,5 bilhões, ou US$ 5,5
bilhões.
A força
das exportações levanta questionamentos sobre o abastecimento interno de soja,
o que foi garantido pela ABIOVE (Associação Brasileira da Indústria de Óleos
Vegetais) em uma nota divulgada nesta quarta-feira ao estimar a produção
nacional em 125 milhões de toneladas.
"A
safra recorde, em conjunto com os estoques iniciais, garante que haverá oferta
suficiente para atender à crescente demanda pelos produtos do complexo soja nos
mercados interno e externo", diz a associação. "O novo estudo estima
exportações de 79,5 milhões de soja em grão e de 16,5 milhões de toneladas de
farelo de soja, que representam alta de 1,9% e 1,2%, respectivamente, em
relação à última previsão divulgada pela associação. Por:
Carla
Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas