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  • 01/07/2020

O Brasil já embarcou, no acumulado de janeiro a junho, 63,8 milhões de toneladas de soja e supera largamente o total do mesmo período do ano passado, de pouco mais de 44 milhões de toneladas, um aumento de 43,69% na comparação anual. Somente no último mês, foram embarcadas 13,75 milhões de toneladas da oleaginosa, 60,8% a mais do que no mesmo mês de 2019. Os números partem da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). 

O número de junho supera, inclusive, o que havia registrado nos lineups de 12,119 milhões de toneladas, como explica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado. "Isso mostra que a China continuou comprando muita soja brasileira no mês passado e que a demanda chinesa continua estacionada aqui e que vai levar tudo o que puder", diz. 

Para julho, o lineup já mostra que estão programados embarques de cerca de 7 milhões de toneladas, também acima do mesmo período do ano passado, quando eram cerca de 5,5 milhões, ainda como explica Gutierrez. 

Os números, segundo o analista, são reflexo da boa competitividade da soja brasileira, das condições favoráveis do câmbio e da China ainda ausente do mercado norte-americano, dadas as relações ainda muito desalinhadas entre os EUA e a nação asiática. 

O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, compartilha da análise e ainda afirma que os números, que vieram acima das expectativas, "deixam o mercado ainda mais apertado para este segundo semestre". 

Brandalizze complementa dizendo que entre farelo e óleo, 61% da produção já foi embarcada, contra 46% do ano passado, nesse mesmo intervalo. Em receita, o total arrecadado pelo Brasil com o complexo soja foi de R$ 28,5 bilhões, ou US$ 5,5 bilhões. 

A força das exportações levanta questionamentos sobre o abastecimento interno de soja, o que foi garantido pela ABIOVE (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais) em uma nota divulgada nesta quarta-feira ao estimar a produção nacional em 125 milhões de toneladas.

"A safra recorde, em conjunto com os estoques iniciais, garante que haverá oferta suficiente para atender à crescente demanda pelos produtos do complexo soja nos mercados interno e externo", diz a associação. "O novo estudo estima exportações de 79,5 milhões de soja em grão e de 16,5 milhões de toneladas de farelo de soja, que representam alta de 1,9% e 1,2%, respectivamente, em relação à última previsão divulgada pela associação. Por:

Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja

Fonte: Notícias Agrícolas