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  • 06/03/2019

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em janeiro, as exportações do agronegócio atingiram o valor recorde nominal em 2018 — de US$ 101,69 bilhões. Trata-se de um crescimento de 5,9% em relação aos US$ 96,01 bilhões exportados em 2017, destaca o presidente das empresas Eucatex, o empresário e executivo Flavio Maluf.


O recorde anual anterior a esse foi registrado em 2013, quando o Brasil exportou US$ 99,93 bilhões em produtos do setor do agronegócio.

China — Justificativa para o aumento 
Conforme a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, as explicações para o novo recorde estão relacionadas ao aumento das exportações para China — foram US$ 9 bilhões a mais no ano passado, quando a gigante asiática abriu as portas, principalmente, para a soja brasileira.

No que se refere ao complexo soja, o grão foi o principal produto exportado, com volume recorde de 83,6 milhões de toneladas. O consumo chinês apresentou um crescimento de 53,8 milhões de toneladas, em 2017, para 68,8 milhões de toneladas, em 2018, reporta Flavio Maluf.

Um dos motivos da abertura do mercado chinês para o Brasil foi a guerra comercial entre China e EUA. "O combate aos produtos "made in China" é uma bandeira de campanha do presidente dos EUA, Donald Trump. Desde março de 2018, ele começou a colocar em prática sua política 'America First' (América Primeiro, na tradução livre), que tem entre seus focos fortalecer a indústria americana em detrimento de produtos importados", escreveu uma reportagem do G1 sobre o assunto, publicada em abril do ano passado.

Outro destaque nas exportações, porém, foi o comércio de carne bovina in natura, que atingiu volume recorde na série histórica iniciada em 1997. Em 2018, foram exportadas 1,35 milhão de toneladas — o que significa 12,2% a mais em relação ao ano anterior — sendo 322,3 mil toneladas exportadas à China (trata-se de um acréscimo de 111,1 mil toneladas em relação a 2017).

Já, dentro do segmento de produtos florestais, quem se destacou nos números no último ano foi a celulose, salienta o empresário Flavio Maluf. O produto obteve valor recorde nas exportações tanto no aspecto financeiro — US$ 8,35 bilhões (+31,5%) — quanto em quantidade, chegando a 15,3 milhões de toneladas (+10,6%). Também é a demanda chinesa que explica em grande parte esse incremento. Em 2018, a China aumentou suas aquisições de celulose para 6,5 milhões de toneladas (+20%).

Em um panorama geral, a participação do agronegócio representou 42,4% do total das vendas externas brasileiras no ano passado. Já as importações do setor tiveram uma retração de 0,8%, somando US$ 14 bilhões. O saldo da balança comercial do setor foi de US$ 87,6 bilhões (+7,1%).

Sobre o Mapa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento trata-se do Órgão do governo brasileiro responsável pela gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de serviços vinculados ao setor.

"O Ministério da Agricultura busca integrar sob sua gestão os aspectos mercadológico, tecnológico, científico, ambiental e organizacional do setor produtivo e também dos setores de abastecimento, armazenagem e transporte de safras, além da gestão da política econômica e financeira para o agronegócio", explicou, ainda, o portal oficial do Mapa (www.agricultura.gov.br).

Também conforme o portal, com "a integração do desenvolvimento sustentável e da competitividade, o Mapa visa à garantia da segurança alimentar da população brasileira e a produção de excedentes para exportação, fortalecendo o setor produtivo nacional e favorecendo a inserção do Brasil no mercado internacional".

No governo do presidente Jair Bolsonaro, quem assumiu o ministério foi a engenheira agrônoma, formada pela Universidade Federal de Viçosa, Tereza Cristina Corrêa. Ela entrou no lugar do também engenheiro agrônomo Blairo Borges Maggi. Blairo foi o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Michel Temer, de 12 de maio de 2016 a 1 de janeiro de 2019, lembra o presidente das empresas Eucatex, o empresário e executivo Flavio Maluf.

Fonte: Terra