Noticia

  • 04/02/2020

Colheita começa com promessa de recorde, mas há indefinição em alguns Estados e tendência de disputa acirrada no mercado internacional.

O cenário é atípico. No campo, as lavouras de soja que já deveriam estar no ponto de colheita ainda estão verdes – muitas delas, em Estados importantes, precisam de chuva para ter seu potencial produtivo definido. Mesmo que o clima ajude e os resultados fiquem dentro do esperado, uma coisa é certa: a soja brasileira vai chegar mais tarde ao mercado neste ano. 

Esse atraso, além de pressionar a logística de escoamento da safra até os portos, tem um efeito direto na segunda safra de milho. O cultivo do cereal neste ano ganha contornos dramáticos, pois os produtores terão de acelerar as máquinas para colher a soja e conseguir semear a maior parte do milho dentro da janela ideal.

 

O que for plantado a partir da segunda quinzena de março correrá riscos de perdas se parar de chover em abril. Os próximos meses prometem ser de alta volatilidade no mercado do grão e de nervosismo para o setor de proteína animal – que depende de milho. As projeções iniciais indicam aumento das importações do cereal para abastecer as granjas. Já Mato Grosso deve direcionar o produto para exportação e para as usinas de etanol. 

No mercado internacionaldúvidas pairam no ar após a assinatura da primeira fase do acordo entre Estados Unidos e China. As duas potências mundiais firmaram o compromisso de  intensificar o movimento de mercadorias já a partir de 2020, e um plano agressivo de ampliação desse comércio está desenhado para os próximos anos. 

A lista de produtos inclui soja, milho, carnes, sorgo, nozes, etanol e até DDG, um subproduto do milho. Ou seja, quase tudo o que o Brasil produz e exporta para a China.

Mapa da safra



Fonte: Globo Rural